sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Como gerenciar crises nas redes sociais?


Toda crise é, resumidamente, uma situação extrema e desconfortável que ameaça causar danos a alguém. Ponto. O problema é que hoje, com o alcance exponencial da internet e principalmente das redes sociais, qualquer um está sujeito a este tipo de evento. Pessoas públicas ou anônimas, físicas ou (principalmente) jurídicas, somos todos alvos fáceis da necessidade humana de xingar muito no Twitter compartilhar experiências na web. Qualquer um, MESMO! Mas e agora? Como agir? É realmente possível prever, conter ou mesmo diminuir o impacto de uma crise na web?

Se você souber o que, como e quando fazer - e contar com os profissionais certos - sim, é perfeitamente viável. Conheça 5 medidas eficientes na gestão de crises em mídia social.

Um produto com defeito, uma entrega atrasada, um funcionário do front pouco alinhado com o posicionamento da marca ou um social-sobrinho-media (que "entende tudo de internet", mas fez cagada tomou o desabafo de um cliente como algo pessoal!) e pronto. Instaura-se o pânico! Não é à toa que alguns dicionários usam a expressão “um momento perigoso e decisivo” para definir a palavra “crise”. As chamadas crises 2.0 só tem um agravante: Podem chegar ao outro lado do mundo em 3, 4, 5 MINUTOS! Trocando em miúdos, a situação é sempre delicada, urgente e exige profissionais que saibam o que fazer.

No ultimo Congresso Mega Brasil de Comunicação em que estive presente, ainda em 2010, executivos como Marcelo Alonso, da VIVO, já se mostravam bem atentos à nova realidade do mercado ao compartilhar sua visão sobre o profissional de comunicação do futuro. “É aquele que tem alguma habilidade em administrar o caos, porque nós certamente perdemos o controle de nossas marcas.

Ou seja, dizer que você (ou a sua marca) não está ou estará nas redes sociais para não se expor, por exemplo, já é uma visão completamente equivocada. Essa medida não é uma opção faz algum tempo. Esteja você de acordo ou não, a sua marca está no Facebook, no Twitter, no Reclame Aqui e todos os dias as pessoas falam sobre ela. Se isso é bom ou ruim, depende. Você, sua equipe de social media ou sua agência de marketing digital praticam o monitoramento ativo ou somente o monitoramento reativo? E o que você faz com os dados que ele (o monitoramento) revela? 

Na internet a única certeza é a de que mais cedo ou mais tarde, em maior ou menor grau, todos enfrentarão algum tipo de crise. Mesmo off-line, a sua marca fará (ou deixará de fazer) algo que irritará alguém, e isso vai repercutir em algum cenário digital. Basta saber se você conseguirá identificar isso a tempo, ou não.

Então vamos lá! Como gerir uma crise? O método mais eficiente é, definitivamente, evitar que ela aconteça. Porque para começar, dependendo do seu posicionamento nas redes sociais e do tipo de relacionamento que a sua empresa construiu (ou não construiu) com o público em seus canais sociais, simples respostas rápidas ou pedidos de desculpas não vão funcionar. É comum, inclusive, as coisas piorarem se não forem tomados alguns dos cuidados que você confere a seguir.

Quais são os cenários críticos possíveis?

A professora Martha Gabriel, especialista em marketing digital, aponta este levantamento como primordial: Quais são os cenários críticos possíveis? Que medidas devem ser tomadas no caso de alguma destas fraquezas ou incidentes repercutir negativamente nas redes sociais? Quem será o responsável por tomar cada medida? Na ausência destes responsáveis diretos, quem assume as funções? Identifique tudo isso e elabore um Manual de Gestão de Crises.

Tenha uma boa estratégia de conteúdo

Na internet há um ditado famoso entre os seus usuários mais ativos: Você é tão bom quanto o conteúdo que produz.  Eu faria apenas um adendo: “Você é tão bom quanto o conteúdo que produz... e as interações que proporciona.” Bom conteúdo e fortes laços afetivos são suas melhores armas contra uma crise em mídias sociais. Se você tem um histórico de bom relacionamento com seus consumidores na web, compartilhando conteúdo relevante, informações privilegiadas interessantes e promovendo uma consistente interação com a marca, fatalmente terá conquistado seguidores, amigos e fãs evangelizadores da marca. Eles serão algumas de suas melhores defesas se (ou quando) os ataques começarem a surgir. Apoiado por esta galera talvez a crise não dure mais do que alguns re-tweets.

Ainda assim, nos casos em que a crise inevitavelmente explodir, saiba o que fazer.

A transparência é sempre o melhor remédio

Não permita que se crie um “abismo informacional” entre a marca e o consumidor. Isso vale para qualquer tipo de crise e não dá margem para rumores e suposições. Quando uma pessoa faz um comentário, pode até ser um incidente isolado. Mas se várias outras dizem o mesmo, verifique o que está acontecendo. Se uma falha realmente aconteceu, assuma o erro e peça desculpas. Este tipo de ação inspira transparência e comprometimento da marca com seus consumidores. Mesmo que o consumidor seja mal educado em sua manifestação, ele merece ter o seu questionamento respondido e o seu problema resolvido. Não adianta criar caso e bater de frente.

Use a expectativa a seu favor

Se não conseguir um diagnóstico imediato, faça um pronunciamento. É preferível receber um “Estamos verificando o problema (ou a informação recebida) e faremos um pronunciamento oficial nas próximas 24 horas” do que ser ignorado. Estipular um prazo, como no exemplo acima, também é muito importante. Minimiza os rumores e deixa clara a preocupação da marca em esclarecer a situação e resolver o problema.

Fique atento à fragmentação da informação

Em momentos de crise é comum que as pessoas peguem carona no burburinho e compartilhem nas redes sociais os detalhes que costumeiramente são (ou parecem ser) os mais polêmicos, fragmentando, descontextualizando a informação e criando lacunas “misteriosas”. Isso cria uma via de informações desencontradas, o que é extremamente prejudicial. Quando a marca toma a frente da situação, identificando seus cenários críticos e se posiciona como fonte oficial da informação, este tipo de cenário não se sustenta e, com o fim do "mistério", o alcance da crise fica muito diminuído.

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